Voltado para orientação sobre a importância do selo de Boas Práticas Agropecuárias e métodos para certificar uma propriedade, o Dia de Campo, realizado nesta terça-feira (18), contou com pouco mais de 100 produtores na chácara do produtor Jorge Vicente Ferreira, certificada com o selo de Boas Práticas Agropecuárias do Distrito Federal. Realizado no Núcleo Rural Capão da Onça, em Brazlândia, o evento foi organizado em parceria entre a Emater-DF, Secretaria de Agricultura e Ceasa-DF.
Além da história de sucesso de Vicente, que está no ramo há cerca de três anos, e sua esposa, Florinei Ferreira, que se aposentou da Fundação Educacional e fechou o escritório de advocacia para embarcar no sonho do marido, o público recebeu orientações sobre adubação, organização da propriedade, rastreabilidade dos alimentos e cuidados na pós-colheita. Todos os métodos são aplicados na propriedade usada como referência no Dia de Campo.
Na abertura do evento, a presidente da Emater-DF, Denise Fonseca, destacou a importância da certificação da propriedade. “O Programa de Boas Práticas Agropecuárias é uma segurança para vocês, produtores. Quanto mais segurança alimentar nós tivermos, mais a gente vai conseguir passar o nosso produto para frente, porque é um certificado que vocês têm de que essa propriedade é saudável”, ponderou.
Representando a Ceasa-DF, o diretor técnico operacional Fernando Cabral também ponderou a importância do selo de boas práticas agrícolas para comercialização dos produtos. “O mercado cada vez mais está exigente na questão da qualidade. Esse tipo de certificação, no médio prazo, vai agregar valor a mercadoria e facilitar na venda. É algo importante para que, em um médio e longo prazo, vocês consigam vender melhor a mercadoria de vocês”, ressaltou. O gerente de segurança alimentar e nutricional do Banco de Alimentos, Bruno Henrique, e o chefe da sessão de Agroqualidade da diretoria de segurança alimentar e nutricional do Banco de Alimentos, Anderson Borges, também participaram do evento.
Selo Boas Práticas
Engenheiro aposentado, Vicente conta que não sabia plantar e nem imaginava que a experiência fosse ser tão bem-sucedida. De acordo com ele, o apoio da Emater-DF foi fundamental para a conquista do selo. “Quando começamos, não sabíamos plantar nem um pé de couve”, diz Ferreira. “Com o apoio da Emater, passamos a ter um comportamento diferente e aprendemos a ter domínio e maior visão do que estávamos fazendo”, disse o agricultor.
Na propriedade, o agricultor começou com o morango e chegou a 25 mil pés. Mas como exige tempo e dentro de estufa dava o ano inteiro, com o trabalho contínuo e sem tempo para o lazer, o agricultor resolveu mudar o plantio e hoje cultiva frutas como a pitaya, o maracujá pérola do cerrado, a banana e o abacate raso. “Foi com uma dor no coração muito grande que decidimos deixar o morango, porque era bonito.”
A preocupação com o selo veio quando foi tentar vender suas frutas para grandes redes como o supermercado Pão de Açúcar. Lá, foi questionado sobre o selo que tinha. Desde então, Vicente passou por um processo de qualificação e participou do Programa Empreender e Inovar da Emater-DF. Além disso, começou a seguir as orientações de boas práticas.
“Partimos para a Emater para ver se conseguíamos o selo para dar continuidade ao processo de venda. Foi aí que apareceu esse selo de boas práticas 0022”, conta. “Era um sonho dele ter uma chácara e produzir alimentos de boa qualidade. É algo gratificante quando você tem essa retribuição de ver um sonho se realizar”, ressalta Florinei, esposa de Vicente.
Controle sobre gastos e lucros
O controle sobre os gastos e controle sobre os lucros foi alcançado após o programa Empreender e Inovar. “Tivemos maior domínio do que estávamos fazendo e começamos a pisar no freio em algumas coisas. Se a gente não tem um tempinho e um programa adequado, a gente acaba trabalhando em vão. O suor não consegue fazer com que a terra nos dê esse lucro que a gente precisa para poder ter uma qualidade de vida”, ponderou o agricultor.
Credibilidade e aprendizado
Produtora no Núcleo Rural Taquara, região de Planaltina DF, Bernardete Brandão, que estava no Dia de Campo, produz tomate, vagem, mandioca e abóbora. Segundo ela, a intenção é aplicar as boas práticas para entrar no mercado com “mais credibilidade”. “O produtor sofre muito por não ter tanta credibilidade e acaba tendo sua mercadoria desvalorizada e depreciada. Tendo o selo, a vantagem é muito grande”, afirmou.
Já Waltemar Reis, produtor de folhagens na região de Morada dos Pássaros, em Brazlândia, o dia de campo proporciona muito aprendizado. “Muitas vezes a gente acha que está adequado, fazendo certo, e não está. Tem algumas coisas que a gente precisa modificar. É muito bom o Dia de Campo. Eu sempre tenho participado de eventos e palestras da Emater para estar sempre aprendendo um pouquinho mais”, disse.
Texto: ASCOM EMATER-DF
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